Brinquedo de Buriti
Lembrar feliz a infância
Dos tempos bons de criança
Do verde esmeralda a esperança
Da folha do buriti
Que seca ao sol e se transforma
Em canoa de tucuxi...
Boto branco
Boto preto
Barco a vela a sair
Cores vivas saltitantes
Como velas esvoaçantes
Da canoa de buriti
Rio que corre para o norte
Ou rio que vai para o sul
Não leva a palmeira embora
Pois tenho ela em boa hora
Do corte que forma dá
Vira canoa de açaí
Ou cobra do rio Pará
Nas mãos do cabloco que embala
A imaginação pelo ar
Vai dando forma ao talo
Fazendo bichos diversos
Objetos ao reverso
Do jeito que lhe aprover
Nesta imaginação
Cria o cabloco, tão grande aptidão
Com gosto constrói o mundo
Para ele é diversão
Recriando a natureza
Com muita satisfação
Vai montando a sua corte
Sua floresta divina
O mar de azul turqueza
Bravio que é uma beleza
Com peixes, algas e corais
Disso eu tenho certeza.
No cenário da floresta
Faz o cabloco um coco
Traça um rabisco comum
Cuidado correu um tatu
Do rio que corre sai uma cobra
Da floresta um teju
Jacaré para o cabloco
Não vive apenas no lodo
Sai da folha do miriti
Mas todos podem chamar
Jacaré de buriti
IVONE MAUES
domingo, 17 de novembro de 2013
sábado, 7 de setembro de 2013
A Lenda do Toco
Existe no Marajó
No rio Paracauary
Uma história intrigante
Que de medo nos faz rir
De um toco tão valente
Que vem do lago Arari.
Este toco minha gente
É uma tora teimosa
Que entra e sai do rio
Balançando todo prosa
Indo contra a maré
Não respeitou nem seu Rosa.
Seu Rosa um grande vaqueiro
Dos campos verdes e secos
Tomba boi no matagal
Amarrando no arreio
Não tem pena de garrote
Pois vive do pastoreio.
Certo dia em sua canoa
Quando a maré era vazante
Viu um toco que passava
As beiradas do barranco
Com uma laçada só
Deu uma amarrada certante.
Quis puxar o tronco forte
Com sua força brutal
Amarrando na canoa
Bem no meio do canal
Como o toco era valente
Afundou a pequena nau.
Por sorte o homem escapou
Foi salvo por seus amigos
Teve febre alucinação
Gritava com dor no umbigo
Dizia a todos que o ouviam
O toco tem parte com inimigo.
Foram chamar o pajé
Para seu Rosa benzer
Trouxeram cachaça e ervas
Para a cura proceder
Invocando os caboclos
Para o vaqueiro reviver.
O pajé com sua reza
Fez seu Rosa levantar
Deu-lhe banho de urtiga
Pião e mucura caá
Tirou o vaqueiro da cova
Mandou ele passear.
Outros fatos sucederam
A quem quis o toco pegar
Uns morreram outros piraram
Mas não conseguiram domar
O ser estranho e misterioso
Das beiras do quebra mar.
Até hoje no inverno
Outras vezes no verão
O toco passa faceiro
Segue em frente sua missão
Navegando contra as águas
Dessa ilha em imensidão.
Não tomem banho no rio
Quando o toco passar
Ele é um encantado
Que veio pra mundiar
Quem acha que ele é pau
E tenta o bicho laçar
Saibam todos minha gente
Que o toco é morto não
É um caboclo arretado
Dos lençóis do Maranhão
Que teve como castigo
Navegar em nossa região
Por isso como revanche
Desta sua obrigação
Quando a vem a nossa Soure
Sempre afunda uma embarcação
Seja festa de Santo Antonio
São Pedro ou São João.
Esta é mais uma história
Dos campos do Marajó
Que traduz o nosso povo
Do cabloco ao major
Contada por nossos mestres
E também por nossos avós.
Ivone Maués
No rio Paracauary
Uma história intrigante
Que de medo nos faz rir
De um toco tão valente
Que vem do lago Arari.
Este toco minha gente
É uma tora teimosa
Que entra e sai do rio
Balançando todo prosa
Indo contra a maré
Não respeitou nem seu Rosa.
Seu Rosa um grande vaqueiro
Dos campos verdes e secos
Tomba boi no matagal
Amarrando no arreio
Não tem pena de garrote
Pois vive do pastoreio.
Certo dia em sua canoa
Quando a maré era vazante
Viu um toco que passava
As beiradas do barranco
Com uma laçada só
Deu uma amarrada certante.
Quis puxar o tronco forte
Com sua força brutal
Amarrando na canoa
Bem no meio do canal
Como o toco era valente
Afundou a pequena nau.
Por sorte o homem escapou
Foi salvo por seus amigos
Teve febre alucinação
Gritava com dor no umbigo
Dizia a todos que o ouviam
O toco tem parte com inimigo.
Foram chamar o pajé
Para seu Rosa benzer
Trouxeram cachaça e ervas
Para a cura proceder
Invocando os caboclos
Para o vaqueiro reviver.
O pajé com sua reza
Fez seu Rosa levantar
Deu-lhe banho de urtiga
Pião e mucura caá
Tirou o vaqueiro da cova
Mandou ele passear.
Outros fatos sucederam
A quem quis o toco pegar
Uns morreram outros piraram
Mas não conseguiram domar
O ser estranho e misterioso
Das beiras do quebra mar.
Até hoje no inverno
Outras vezes no verão
O toco passa faceiro
Segue em frente sua missão
Navegando contra as águas
Dessa ilha em imensidão.
Não tomem banho no rio
Quando o toco passar
Ele é um encantado
Que veio pra mundiar
Quem acha que ele é pau
E tenta o bicho laçar
Saibam todos minha gente
Que o toco é morto não
É um caboclo arretado
Dos lençóis do Maranhão
Que teve como castigo
Navegar em nossa região
Por isso como revanche
Desta sua obrigação
Quando a vem a nossa Soure
Sempre afunda uma embarcação
Seja festa de Santo Antonio
São Pedro ou São João.
Esta é mais uma história
Dos campos do Marajó
Que traduz o nosso povo
Do cabloco ao major
Contada por nossos mestres
E também por nossos avós.
Ivone Maués
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